quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Quando o paciente com quadro de crises de tosse e chiado deve ser encaminhado a um pneumologista?

          Se uma criança se apresenta com crises de tosse e chiado no peito ou se tem tosse crônica (principalmente à noite ou nas primeiras horas da manhã), é possível que ela tenha asma. Este diagnóstico se torna ainda mais provável se as crises acontecem mais que uma vez por mês, se a tosse ocorre mesmo sem associação com resfriados, se o paciente tem rinite alérgica ou dermatite atópica ou se os sintomas melhoram com o uso de broncodilatadores (Berotec, Aerolin).

          Para obter o controle destes sintomas, é necessário iniciar medicações de uso diário que podem ser corticóides inalatórios (fluticasona, budesonida, mometasona, beclometasona ou ciclesonida) ou antileucotrienos (montelucate).

          É recomendável que o acompanhamento do tratamento de controle dos pacientes seja feito por um pneumologista pediátrico.

          É importante ter em mente que há várias doenças que podem ser confundidas com asma. O pneumologista pediátrico recebe treinamento específico para o reconhecimento e a investigação dos diagnósticos diferenciais, que em pediatria incluem doenças que muitas vezes são raras de se encontrar em adultos.

Fonte: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pediatria para o Manejo da Asma - 2012

sábado, 3 de novembro de 2012

Radiografia de seios da face para confirmar sinusite bacteriana: um exame que não ajuda.

     É muito comum observarmos crianças serem radiografadas quando da suspeita de sinusite bacteriana. Contudo, a radiografia de seios da face não ajuda a se chegar a este diagnóstico. O fato de esse exame estar alterado não permite distinguir se a sinusite é viral ou bacteriana. E antibióticos só estão indicados para sinusites bacterianas.

     A melhor forma de diferenciar entre sinusite bacteriana e viral é por meio dos sintomas que a criança vem apresentando. Os sinais que indicam uma maior probabilidade de a sinusite ser bacteriana são: tosse diurna e noturna associada a obstrução nasal com saída de secreção (que pode ser de qualquer tipo: transparente, amarelada, esbranquiçada ou esverdeada). Além disto, o paciente tem que se apresentar com uma das seguintes evoluções: estes sinais (tosse e obstrução nasal) se mantêm sem qualquer melhora por pelo menos 10 dias OU o paciente apresenta sintomas graves (como febre > 39oC e saída de secreção nasal purulenta por pelo menos 3 dias consecutivos) OU ocorre uma piora repentina dos sintomas após um período de aparente melhora do quadro (em geral a piora se dá depois de 6-7 dias de doença).

                                                                                                     Fonte: UpToDate