segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A volta da coqueluche

     Em todo o mundo, inclusive no Brasil, tem-se notado um aumento do número de casos de coqueluche, particularmente em adultos e adolescentes. A importância deste fato é que adultos e adolescentes podem transmitir a doença para crianças que ainda não completaram o esquema de vacinação.

    Em seu estágio inicial, a coqueluche se apresenta como um resfriado comum. Após 7 a 14 dias, a tosse piora quanto à sua frequencia e à sua intensidade. Esta fase da doença pode durar por várias semanas. Com o passar do tempo, a tosse vai gradualmente diminuindo. Contudo, pode durar meses até sumir completamente.

     O tratamento da coqueluche requer o uso de antibióticos específicos, da classe dos macrolídeos. Infelizmente, não se deve esperar que o uso destas medicações tenha grande impacto na tosse - elas podem apenas amenizar este sintoma. Mas é importante dizer que a administração do tratamento evita que a doença se espalhe para outras pessoas. Além disso, a medicação também está indicada aos contactantes de casos suspeitos ou confirmados de coqueluche como maneira de evitar que desenvolvam a doença.

     Os pacientes devem ser afastados (creche, escola, trabalho) por 5 dias após início do tratamento.

     Os testes que mais auxiliam no diagnóstico são a cultura de secreção de nasofaringe e o PCR. São exames que normalmente não são cobertos pelos planos de saúde.



Referências:
-Millier A, Aballea S, Annemans L, Toumi M, Quilici S. A critical literature
review of health economic evaluations in pertussis booster vaccination. Expert
Rev Pharmacoecon Outcomes Res. 2012 Feb;12(1):71-94. Review.
- Kendig's Disorders of the Respiratory Tract in Children, 7th edition (2006).
- UpToDate 
 
 
 

domingo, 2 de setembro de 2012

Tosse sem chiado no peito pode ser asma?

Pode. Faz parte do esteriótipo do asmático a imagem da criança com chiado no peito (sibilância) e falta de ar que precisa nebulizar para aliviar os sintomas. Contudo, a asma pode se apresentar só por tosse em alguns pacientes. Claro que esta não é a apresentação mais frequente da doença. Justamente por isto, esta condição pode não ser prontamente reconhecida ou lembrada pelos pediatras. Geralmente, as crianças chegam ao consultório do especialista com história de estar há várias semanas ou meses tossindo, já tendo passado por várias consultas prévias e usado diversos tipos de medicação, sem sucesso. Nestes casos, uma das coisas mais importantes na consulta com o pneumopediatra é o diagnóstico diferencial com outras doenças que podem se apresentar só por tosse e a implementação de tratamento específico.