segunda-feira, 11 de julho de 2011

"Esta bombinha é muito forte para uma criança."

Esta frase é frequentemente ouvida por pais de crianças que usam bombinhas preventivas, que são aquelas de uso diário e que visam a diminuir a frequência das crises de asma.

Estas frases costumam ser ditas por familiares, conhecidos da família e até mesmo por balconistas de farmácia, que normalmente são confundidos com "farmacêuticos" (na maioria das vezes, a pessoa que atende o consumidor na farmácia é um vendedor, sem curso superior na área de Farmácia). Em geral, estas pessoas são leigas ou não têm formação médica específica e, embora possam estar querendo ajudar emitindo este tipo de opinião, acabam atrapalhando o tratamento. Quase sempre, a idéia que elas têm sobre a medicação é baseada em mitos ou crendices populares sem nenhuma fundamentação científica.

Se este tipo de cometário lhe causar medo ou insegurança, não suspenda a medicação prescrita. Converse primeiro com o médico que a prescreveu e tire as suas dúvidas. Existem vários estudos e diretrizes nacionais e internacionais que norteiam a prescrição das bombinhas preventivas e todo bom médico sabe quais as doses apropriadas para cada paciente. Se o(a) filho(a) de um conhecido seu usa uma medicação diferente ou uma dose diferente, deve existir uma razão para isto: nenhum paciente é igual ao outro.

As bombinhas preventivas têm como princípio ativo algum tipo de corticóide inalatório. É comum que os pais não se atentem para o fato de que o uso repetido de corticóide oral em forma de xarope (prednisolona, dexametasona, betametasona,...) nas crises de asma apresentam um risco muito maior de efeitos adversos do que o uso da medicação preventiva. Enquanto que a dose da medicação oral é calculada em miligramas, a dose da medicação inalatória é calculada em microgramas, sendo que o micrograma é mil vezes menor que o miligrama. Além disso, a absorção pela corrente sanguínea do corticóide inalatório que se deposita na via aérea é muito menor do que a do corticóide oral, que cai na circulação e passa por todos os órgãos do corpo. Pense nisto!

A vacina da gripe causa gripe?

Definitivamente, NÃO! A vacina da gripe distribuída no Brasil é feita de vírus morto. Isto significa que ele não é capaz de causar doença.

As reações adversas relaciondas à vacina ocorrem logo após a injeção e normalmente duram 1 ou 2 dias.

As reações adversas mais comuns são: (1) dor no local da aplicação, podendo estar associada a vermelhidão e inchaço restritos ao local da injeção; (2) febre baixa; (3) dor de cabeça, dor muscular.

Todas as pessoas que não apresentem contra-indicações à vacina devem recebê-la.

Contudo, é especialmente importante que crianças abaixo de 5 anos e crianças de qualquer idade com doenças pulmonares crônicas (como a asma) sejam vacinadas. Isto se justifica pelo fato de que elas têm maior chance de apresentar complicações relacionadas à gripe (pneumonia, desidratação, exarcebação da asma: tudo isto podendo levar à hospitalização e, em raros casos, à morte).

Não podemos esquecer que as pessoas que moram com estas crianças ou que cuidam delas (professoras de creche e babás, por exemplo), também devem ser vacinadas.


Fonte: CDC - http://www.cdc.gov/flu/protect/keyfacts.ht
                      http://www.cdc.gov/flu/protect/infantcare.htm

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Como usar o espaçador de bocal (com vídeo)


IMPORTANTE:

- Depois de disparar a medicação, inspire o mais lentamente e profundamente possível.

- Em seguida, retire o espaçador da boca e tranque a respiração por 10 segundos. Algumas crianças deixam o ar escapar pelo nariz neste momento. Nestes casos, pince o nariz com os dedos para evitar a expiração.

- Se necessário administrar mais que 1 jato, repita os passos de 4 a 8.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Como usar o espaçador de máscara (com vídeo).


IMPORTANTE:

- Certifique-se que a máscara esteja bem selada ao rosto da criança para que não haja escape da medicação.
- Após disparar a medicação, deixe que a criança respire normalmente por pelo menos 6 vezes (preferencialmente de boca aberta, quando possível).
- Se é preciso fazer mais que um jato, repita os passos de 3 a 6.
- Não administre o remédio com a criança deitada ou dormindo.


segunda-feira, 6 de junho de 2011

Como fazer um espaçador para inalação através de bocal? MODELO 2

Caso não seja possível comprar um, existe a opção de fazer seu próprio espaçador. O modelo abaixo serve crianças maiores, que utilizam a técnica de inalação por bucal (acima de 4-5 anos).

Você vai precisar de: 2 garrafas plásticas de 500 ml, faca, tesoura, fita adesiva e panela com água quente.

Cuidado: não faça o espaçador com crianças por perto devido ao risco de acidentes como cortes e queimaduras.

Corte cada garrafa mais ou menos no meio*.








Cole-as com fita crepe.


Mergulhe um dos bocais em água fervente para tornar o plástico
mais maleável para permitir o encaixe do spray.



Encaixe o spray no bocal e espere
o plástico esfriar.

* Se a criança for pequena, o ideal é que o corte seja feito um pouco mais próximo ao bocal para que o volume total do espaçador seja de 300 ml aproximadamente.

NÃO DEIXE DE APRENDER COMO USAR ESSE ESPAÇADOR EM:



domingo, 29 de maio de 2011

Espirometria: o básico

     A espirometria mede o quanto de ar se move para dentro e para fora dos pulmões e também o quão rápido se dá este movimento. Ela ajuda seu médico a dizer se seu filho tem doença pulmonar, o grau de sua gravidade e quais medicações auxiliarão no tratamento.
  
     A espirometria poderá ser feita no consultório do próprio médico ou num laboratório de função pulmonar. É importante salientar que nem todos os laboratórios dispõem de técnicos capacitados para realizar espirometria em crianças. Um bom técnico em espirometria precisa ser alguém que tenha facilidade de comunicação com o paciente pediátrico e saiba usar recursos que facilitem a compreensão do exame pela criança. É necessário também ser bastante paciente e perseverante, já que, na maioria das vezes, a criança estará realizando o exame pela primeira vez e possivelmente não executará a manobra perfeitamente nas primeiras tentativas.
  
Aos 6 anos, a maioria das crianças já consegue fazer espirometria, embora algumas sejam capazes de realizá-la antes mesmo desta idade.
Na maioria das vezes, a espirometria é repetida após a inalação de salbutamol (um broncodilatador) para saber se a respiração melhora após a administração desta medicação. Este teste é chamado teste pós-broncodilatador ou teste de resposta ao broncodilatador. 

     O exame não dói. Será solicitado que a criança encha o peito de ar profundamente e sopre através de um bocal conectado a um computador. Ela terá que repetir esta manobra várias vezes para que o melhor resultado seja registrado. O teste pode demorar até 40 minutos para terminar.

sábado, 21 de maio de 2011

Como fazer um espaçador para bebês e crianças pequenas? MODELO 1

Caso não seja possível comprar um, existe a opção de fazer seu próprio espaçador. O modelo abaixo serve crianças pequenas (abaixo de 4 anos).
Você vai precisar de: garrafa plástica de 500 ml, faca, tesoura, fita adesiva e panela com água quente.

Cuidado: não faça o espaçador com crianças por perto devido ao risco de acidentes como cortes e queimaduras.

1.Corte o fundo da garrafa.
2. Com uma tesoura, corte a borda da garrafa de maneira que seja criado um espaço para que o espaçador se adapte ao nariz da criança. Ao colocar o espaçador no rosto, ele deve recobrir a boca e o nariz sem deixar espaço para que a medicação escape. Use uma fita crepe para proteger a região cortada e não machucar o rosto da criança.




3.Mergulhe o bocal da garrafa em uma panela com água quente para que o plástico fique maleável.

4.Logo em seguida, adapte a bombinha no bocal e espere o plástico esfriar para que o encaixe fique perfeito.

















Atenção! Não deixe de limpar o espaçador 1x/semana. Veja em:
http://valentinapneumo.blogspot.com.br/2011/05/como-limpar-o-espacador.html

APRENDA COMO USAR ESSE ESPAÇADOR EM:
http://valentinapneumo.blogspot.com.br/2011/07/como-usar-o-espacador.html

Como limpar o espaçador?

     Na realidade, a limpeza do espaçador é mais que uma questão de higiene, é um procedimento que garante uma maior disponibilidade da medicação para o paciente. Isto porque existe uma força de atração que faz com que algumas partículas do medicamento se depositem na parede do espaçador. Quando o espaçador é lavado, esta força diminui e permite um maior aproveitamento do remédio.

     Veja como limpar o espaçador passo a passo (clique na imagem para ampliar):
1- Remova o plástico do espaçador onde se encaixa a bombinha.
2- Encha uma pia limpa ou uma vasilha grande com água morna. Adicione uma gota de detergente.
3- Mergulhe as duas peças na água com detergente e agite horizontalmente.
4- Enxágue somente o bocal com água corrente.
5- Agite para remover o excesso de água.
6- Deixe secar na posição vertical. Não seque com pano ou tolha - deixe a água evaporar naturalmente.
7- Remonte o espaçador quando completamente seco.
    Repita o processo 1 x por semana.

Devo remover aquela membrana que vem junto ao bocal do espaçador?

Muitos pais pensam que a membrana que vem junto ao bocal do espaçador impede a inalação da medicação pelas crianças. Isto não é verdade. Aquela membrana é, de fato, uma válvula que se desloca quando a criança respira através do espaçador. Durante a inspiração, ela permite que a medicação seja inalada. Mas, durante a expiração, ela impede que o ar exalado pela criança entre no espaçador e dilua a medicação. Portanto, não jogue a válvula fora.

sábado, 30 de abril de 2011

A creche e os resfriados

É muito comum que os pais notem que seus filhos ficam repetidamente doentes depois que entram na creche.

É sabido que as crianças que frequentam creche têm muito mais chances de ter infecções respiratórias, podendo chegar a 10-12 infecções por ano, sendo que a maioria delas é viral. A duração média de um resfriado é de 7 dias, mas pode se estender a 2 semanas. Isto significa que a criança pode passar metade do ano com sintomas. É importante ressaltar que o tabagismo passivo também aumenta o risco de infecções das vias aéreas superiores.

A criança com infecções respiratórias virais repetidas relacionadas com a creche geralmente é saudável. São indicativos de que não há nenhum problema maior se ela tem crescimento e desenvolvimento normais, se ela se recupera completamente dos sintomas, se ela fica bem entre as infecções e se seu exame físico é normal.


Se as infecções virais levarem a crises de chiado no peito (sibilância) mais que uma vez, é recomendado que se marque uma consulta com um pneumologista pediátrico.



Fonte: UpToDate

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Por que a nebulização da emergência ou do posto funciona melhor do que a de casa?

Ao contrário do que alguns pensam, isto não tem nada a ver com o fato de ela ser feita com oxigênio.

Muitos nebulizadores domiciliares não apresentam compressores capazes de gerar fluxo suficiente para criar uma névoa adequada. Se a névoa produzida não for formada por partículas bem pequenas, a medicação não chega até os brônquios.

No posto/hospital, o fluxo de ar na nebulização é alto, garantindo maior eficácia no tratamento.

Preciso usar prednisolona toda vez que entro em crise?

Não. A prednisolona (Predsim, Prelone) só deve ser usada em casos de crises de asma mais graves ou que não melhoram com o uso isolado do broncodilatador (Berotec, Aerolin).

O tratamento principal da crise é a medicação inalatória. Não devemos tratar uma crise somente com prednisolona.

O uso abusivo de prednisolona pode causar efeitos colaterais indesejáveis.

As bombinhas viciam?

Alguns pacientes com asma grave precisam usar continuamente medicações inalatórias preventivas para evitar que tenham crises frequentes.

Porém, a maioria dos asmáticos passa por momentos em que a doença não manifesta sintomas. Nestes períodos, é possível suspender as bombinhas.

As bombinhas não viciam, elas ajudam a controlar a asma, uma doença que, se não tratada, pode ser fatal.

As bombinhas fazem mal ao coração?

Alguns pacientes podem apresentar aceleração dos batimentos cardíacos quando usam broncodilatadores (Berotec, Aerolin). Isto pode ocorrer tanto com a bombinha quanto com o nebulizador.

Este efeito é passageiro e não causa sequela no coração.

Qual a diferença entre bronquite, bronquite asmática e asma?

Quando se trata de uma criança com crises repetidas de chiado no peito que melhoram com o uso de broncodilatadores (Berotec, Aerolin) e/ou corticóides (prednisolona), podemos dizer que estes termos são equivalentes.

São nomes diferentes da mesma doença.